quarta-feira, 3 de junho de 2009

Pró-Moradia

Cerca de 600 famílias beneficiadas em 17 anos de existência
Em janeiro de 2009, o Pró-Moradia completou 17 anos de atuação em Muriaé, graças ao esforço e à dedicação do Padre Thiago Prins, idealizador do projeto e presidente das Obras Sociais Pró-Moradia, e seus colaboradores. Padre Thiago nasceu na Holanda, em 29 de janeiro de 1930. Formou-se em Filosofia e Teologia, ordenando-se padre no ano de 1955. Em 1962, chegou ao Brasil, onde trabalhou nos seguintes municípios: Muriaé, Juiz de Fora e Rio de Janeiro. Em 1991, voltou à Muriaé e deu início, em 1992, ao “mutirão de casas populares” em parceria com um grupo de voluntários. A iniciativa cresceu e hoje, centenas de pessoas são beneficiadas.

Padre Thiago Prins, idealizador do projeto

Além de garantir a conquista da tão sonhada casa própria, construída pelos próprios moradores, com materiais doados pela sociedade muriaeense e contribuições de benfeitores de quatro países: Alemanha, Estados Unidos, Suíça e Holanda, o projeto oferece uma vida mais digna às famílias carentes, investindo em saúde, educação, participação comunitária e, principalmente, solidariedade e cidadania.

Atualmente, três bairros participam do projeto: Marambaia, São Joaquim e Vale Verde, cerca de 600 famílias e 1200 crianças são beneficiadas. “Começar o projeto, começamos. Agora, quando vamos terminar a obra, só Deus sabe. Enquanto existir uma família carente de moradia, estaremos prontos para trabalhar”, destaca Padre Thiago.

O projeto é destinado às famílias de baixa renda com filhos pequenos que não possuam lote ou casa e residam há mais de três anos na cidade. Os futuros moradores devem participar do mutirão de construção e manter os filhos na escola. Outro ponto importante é a utilização de parte do terreno (30%) para produzir algum tipo de cultivo. Segundo Padre Thiago, a família pode perder o direito de morar na casa se descumprir o contrato de comodato. Somente após 10 anos morando no local, a escritura do imóvel é entregue aos proprietários.

Os próprios moradores constroem as casas em regime de mutirão

Vale Verde, o mais novo empreendimento do projeto, recebeu, em 2006, a visita dos holandeses Coby e Ton Kalkers. O casal, que doou terrenos no bairro, veio conhecer o local onde moram, aproximadamente, 80 famílias assistidas. Coby, ao ver de perto o resultado dos trabalhos realizados, disse desenvolver ações humanitárias também na África: “Mas aqui é o projeto do meu coração. É um lugar onde as famílias recebem não apenas moradia, mas um lar”.

Padre Thiago pretende ir além das construções de casas populares. Prova disso é a criação do Centro de Leitura Infantil (CELI), inaugurado em maio de 2009, no bairro Vale Verde. O projeto de incentivo à leitura é um modelo europeu e conta com uma estrutura capaz de atender dezenas de crianças. Voluntários também fazem parte desta nova iniciativa: em cada rua do bairro há uma “mãe leitora” que comparece no CELI para contar histórias às crianças. O local é bem estruturado e possui livros variados, além de um parquinho para atrair ainda mais a atenção das crianças.

Centro de Leitura Infantil: uma opção saudável para as crianças do Vale Verde


Um pouco mais sobre o Pró-Moradia

Filosofia

  • Juntar esforços – diante da falta de moradias populares e da insuficiência de recursos públicos para sanar o problema, a saída é juntar os esforços, ou seja, GOVERNO, COMUNIDADE e FAMÍLIAS CARENTES para construir, sem interrupção, casas, dividindo as tarefas da seguinte forma: governo municipal –lotes populares com o mínimo de infraestrutura; comunidade – financiamento dos materiais de construção; familias carentes – mão-de-obra.
  • Combater a fome – o dinheiro, antes gasto com o aluguel da casa, destina-se à compra de mantimentos. É um processo lento, porém, com efeitos duradouros.
  • Mutirão é a solução – pessoas de baixo poder aquisitivo não possuem terreno nem dinheiro para comprar material, mas elas têm sua força de trabalho. Devemos aproveitar este potencial humano. O mutirão reduz cerca de 30% o custeio de uma construção, cria um clima de solidariedade entre os participantes e acaba com uma mentalidade paternalista: em vez de dar o peixe, ensina-se a pescar.
  • Distribuição de renda e cidadania – possuindo um lote e o início de uma casa, a família de baixa renda tem a perspectiva de uma vida melhor. Com o tempo, ela investirá na reforma e ampliação dessa casa, construindo um patrimônio e alcançando a tão sonhada cidadania.
  • Um apelo à solidariedade – muitos se preocupam com a miséria e suas sequelas: desagregação da família, marginalização e criminalidade. Por meio deste projeto, eles têm a oportunidade de manifestar sua solidariedade, assumindo as despesas do material de uma casa.
  • Retorno do capital – com o contrato de comodato a Associação “Obras Sociais Pró-Moradia” não só se previne contra eventuais negociatas, como também assegura o retorno do capital. No futuro, o projeto se torna, em parte, auto-sustentável.
  • Formação de uma comunidade – não basta doar uma casa a famílias de baixa renda, é preciso acompanhá-las por meio de um trabalho de assistência social, integrando-as numa comunidade.
  • Organização não-governamental – embora trabalhando em parceria com a administração municipal, as Obras Sociais Pró-Moradia mantêm uma independência total em relação à política partidária. Seu objetivo é intermediar entre as classes sociais e promover a construção de moradias para famílias de baixa renda.
Os interessados em participar do projeto devem procurar a Secretaria Paroquial da Matriz São Paulo na rua Dr. Afonso Canêdo, 47, Centro. Outras informações: (32) 3721-5309.
Juliano Moreira

Fonte/Pesquisa: Correio Muriaense - www.correiomuriaense.com.br
InteraNews - magnolopez.blogspot.com

Um comentário:

  1. O Projeto Pró-Moradia a 17 anos tem ajudado muita gente que necessita muito mais que apenas um teto, eu sou moradora no bairro marambaia e me mudei para o projeto quando tinha apenas 2anos sei o que nós realmente necessitamos é o que o Padre Tiago Prins tem mos proporcionado uma vida digna e sociavel.

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